Quantcast
Channel: Últimas notícias do Paraná Online - Cidades
Viewing all articles
Browse latest Browse all 10487

Estrada da Graciosa encanta viajantes e trabalhadores

$
0
0
Lineu Filho

No meio do cenário deslumbrante da estrada que corta a Serra do Mar, gente como Sidnei trabalha pra alimentar os viajantes.

“Sou igual um peixe. Se sair da água, morre. Se eu sair daqui, se eu sair da serra, eu não sei o que acontece”. A afirmação de quem vai trabalhar todos os dias na Estrada da Graciosa, que corta a Serra do Mar. Sidnei de Paula trabalha desde os 10 anos atendendo os turistas que pegam a estrada histórica. Começou ao lado do pai vendendo milho verde e caldo de cana. Hoje, comanda o quiosque no Recanto Engenheiro Lacerda, o primeiro para quem desce a Estrada da Graciosa.

Oferece mais produtos, mas o caldo de cana e o milho verde continuam com um espaço especial. “A gente trabalha o ano inteiro, quase todos os dias. Fazemos no verão para poder comer no inverno. Fui criado neste ritmo. Eu gosto, faz parte da minha vida”, conta Sidnei. Hoje, o filho mais velho já dá uma ajudinha no trabalho, dando início à terceira geração à frente do negócio da família. Nos finais de semana, a filha mais nova gosta de ficar ao lado do pai no recanto.

Há quase 30 anos, Sidnei e o pai armavam uma lona e vendiam o milho verde e o caldo de cana de maneira improvisada, tendo o carro da família como base para todo o serviço. O pai de Sidnei até mesmo construiu uma máquina para moer a cana. “A estrutura de quiosque, que funciona hoje, veio há uns dez anos. Antes, a gente armava a lona mesmo”, recorda. Hoje, quem for no quiosque, encontra bala de banana, o carro-chefe de quem quer levar uma lembrança do passeio. Tem ainda mandioca chips, banana chips, pastel de diversos sabores, coxinha de aipim, doces... Opção é o que não falta. “A gente trabalha com esta vista maravilhosa, todos os dias”, salienta Sidnei.

De carro ou de bicicleta, um belo passeio!

A Estrada da Graciosa até pode ser a opção de alguns para fugir do pedágio da BR-277. Mas a maioria prefere a estrada para passeio, para trafegar tranquilamente em meio à mata nativa e com paradas para descansar, comer alguma coisa e tirar muitas fotos. A Estrada da Graciosa por si só já é um passeio. No Recanto Engenheiro Lacerda, é comum ver grupos de amigos ou famílias tirando foto com a Serra do Mar ao fundo. Foi o que aconteceu com oito amigos de Curitiba que, pela primeira vez, pegaram a Estrada da Graciosa para chegar até Morretes. Tudo para fazer boiacross no Rio Nhundiaquara. “A gente vem porque é tranquilo, pela paisagem e pela própria estrada”, comenta o analista de sistemas William Pietro Dias de Oliveira.

O Recanto Engenheiro Lacerda também foi o ponto de descanso para um casal de ciclistas que saiu de Curitiba para fazer o trajeto de quase 80 quilômetros até Morretes. “É a primeira vez que estamos fazendo este trajeto pela Estrada da Graciosa com a bicicleta. É a primeira vez também que fazemos um circuito maior do que estamos acostumados”, conta o autônomo Aroldo Assunção. Ele e a esposa Patrícia Kohler fizeram o trajeto, mas apenas a ida. A volta estava garantida com a carona de carro dos familiares. Todos iriam se reunir para almoçar em Morretes. “Saímos cinco horas da manhã de casa. Aqui existe uma beleza natural que compensa tudo”, afirma Patrícia. O casal, até então, tinha descido a Estrada da Graciosa apenas uma vez, de carro.

Rota alternativa

Para quem sai de Curitiba, o caminho mais tradicional para acessar a Estrada da Graciosa é a partir da BR-116, no sentido São Paulo. Quem quiser uma alternativa, basta pegar a estrada a partir do Contorno Leste, em uma trincheira que indica a cidade de Morretes. O acesso fica no km 73,2 no Contorno Leste, na região do município de Quatro Barras, e a estrada tem o nome de PR-09 nesta localidade.

O caminho alternativo tem parte do trecho original da Estrada da Graciosa. Além disto, o trajeto possui paisagem bucólicas, com pastos, animais e casas antigas, além de oratórios e igrejinhas. Quem passa por ali ainda encontra a Ponte dos Arcos e a trilha original da Graciosa até a Casa de Pedra, ruínas de uma casa que teve importância durante o uso da Estrada da Graciosa antes da inauguração da ferrovia entre Curitiba e Paranaguá. Ela servia como parada durante o trajeto.

O turista pode aproveitar a passagem pelos ranchos para fazer refeições no campo. Há ainda oferta de produtos orgânicos e outros vindos da agricultura familiar. O cruzamento com a parte mais conhecida da Estrada da Graciosa, pouco antes da descida pela Serra do Mar, acontece metros antes do Recanto Engenheiro Lacerda.

Lineu Filho

Sidnei: “Se eu sair daqui, se eu sair da serra, não sei o que acontece.”
Lineu Filho

Amigos foram fazer boiacross em Morretes.
Lineu Filho

Aroldo e Patrícia: primeira vez de bicicleta.
Lineu Filho

Caminho alternativo.

Viewing all articles
Browse latest Browse all 10487

Latest Images

Trending Articles

<script src="https://jsc.adskeeper.com/r/s/rssing.com.1596347.js" async> </script>